quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Indiferença

Do Dicionário Aurélio: desprendimento, desdém, desprezo. Por que indiferença magoa tanto? Por que machuca tanto? Deveríamos sempre estar preparados para quando isso ocorresse em nossas vidas; afinal, algumas pessoas vão e muitas outras chegam. Mas, indiferença maltrata. Por você ter ouvido um dia tantas palavras, tantas juras, e hoje notar que "tanto faz". Alguém que um dia diz te amar, que exagera em palavras, em carinhos e, depois, você percebe que já não significa nada. Um "eu te amo" deveria ser mais "cauteloso", porque ao mesmo tempo em que ele ilumina a vida, ele pode escurecer um coração. E esta pessoa não mais acreditar em palavras tão bonitas, mas tão banalizadas hoje em dia. Já dizia Renato Russo: "... e hoje? Como é que se diz eu te amo?" Indiferença é não se preocupar, é não cuidar... é não querer saber, é não se importar. É ser feliz sem ligar para o que o outro está sentindo, é dar chance para o superficial e descartar o sentimento. É olhar, mas não ver. É ir, para nunca mais voltar... É não fazer parte mais da sua vida, é estar longe, ainda que perto... É construir barreiras invisíveis, de distâncias infinitas... Ser indiferente com alguém que te ama, aos poucos, vai transformando o amor que esta pessoa sente... até que um dia, ele se torna a própria indiferença...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dilacerando felicidades de mentira, desconstruindo tudo o que planejei, abrindo todas as janelas para um mundo deserto. É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
Veja você, onde é que o barco foi desaguar
A gente só queria um amor
Deus parece às vezes se esquecer
Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
Que a gente vai passar
"Fica combinado assim: se não te atrapalho, você me dá licença de ser assim do jeito que sou?"
"Você foi minha vida, e eu fui apenas, um capítulo da sua."
(In)certo é que hoje eu não sei se viro inverno e acolho o calor dos nossos corpos que mentem ou se veraneio e deixo escapar a brisa, a noite, a mão que amanhece desenhando o teu amor no meu tempo, a tua dor no meu rosto, a tua alma no meu corpo que no agora desaprende e não te prende nas horas em que o meu riso fica sob.
Não é que eu não confie em você. eu confio. eu não confio é no destino, ele costuma separar pessoas que antes pareciam inseparáveis.é triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. é triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. o fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto. eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

(...) – bem, como vai você? Levo assim, calado, de lado do que sonhei um dia, como se a alegria recolhesse a mão pra não me alcançar. Poderia até pensar que foi tudo sonho, ponho meu sapato novo e vou passear. Sozinho, como der, eu vou até a beira, besteira qualquer nem choro mais. Só levo a saudade morena e é tudo que vale a pena.